A cor vermelha dos múleos papais (assim são chamados os sapatos) simboliza o sangue dos mártires e a sua completa submissão à autoridade de Jesus
Cristo. Os múleos são sempre feitos à mão, com setim, veludo ou couro
vermelhos, cujos cadarços, quando presentes, são de ouro e as solas
feitas de couro.
Assim como os nobres, o Papa também usava calçados distintos quando
em ambiente interno ou externo. No primeiro caso, os calçados eram
feitos de veludo ou seda vermelhos, decorados com galões e uma cruz
ouro na pala. Ao ar livre, os Papa usavam sapatos vermelhos lisos,
feitos com couro do Marrocos, mas, também, com a cruz de ouro na pala,
por vezes ornada com rubi. Primitivamente, esta cruz era grande,
atingindo as bordas do sapato.
O Papa Paulo VI retirou a cruz de ouro dos múleos, mas manteve a
fivela em seus sapatos, tal qual pode ser visto em sua histórica visita à
Jerusalém em 1964. Em 1969 ele aboliu as fivelas de todos os sapatos
eclesiásticos, que eram, até então, obrigatórias na corte papal e para
todos os prelados. Ele também abandonou o uso dos sapatos de veludo e os
sapatos brancos para o Tempo da Páscoa. Desde então os papas vêm usando
múleos vermelhos lisos.
O Papa João Paulo II alternou o uso de múleos de tons vermelho sangue
com outros de vermelho mais escurecido, sendo que os seus sapatos eram
todos confecionados na Polônia. O Papa Bento XVI tem usado os múleos
vermelhos tradicionais., ou seja, com um tom mais vivo.
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